quinta-feira, março 31, 2005

Benefícios da Europa

O João Vaz, com esta mudança para Bruxelas, parece que ganhou fogo nos dedos e começou a escrever com frequência, a ponto de ser ele a sustentar este blogue. E ainda há quem seja eurocéptico.

E sim, voltarei a escrever e tentarei não dizer mais que não volto a escrever por aqui, a não ser na véspera de decidir varrer com isto juntamente com os restos da pipoca que fica pelo chão no fim da sessão. Só que farei mais a espaços e de uma forma mais, digamos... contrassensual...

Ajuda, Cinéfilos!

Procuro uma cópia em segunda mão do livro "Story: Substance, Structure, Style and The Principles of Screenwriting", de Robert McKee (ou "El Guión", nesta versão espanhola). Por favor, se alguém o tiver e quiser vender, contacte-me para o jorgevaznande@hotmail.com.

quarta-feira, março 16, 2005

Parabéns a nós!

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Repararam? O Série B faz hoje um ano.

segunda-feira, março 07, 2005

Digressões

Os outros dois autores deste blog estão fora do país, um na Bélgica e outro na Holanda. Bom mote para falar sobre diferenças as prioridades na distribuição. Por palavras miúdas, que filmes se andam a ver por aí?

sexta-feira, março 04, 2005

Deixar as coisas esclarecidas

O Tiago Teixeira decidiu, na caixa de comentários ao meu último post, deixar a sua indignação com os meus "ataques" ao Miguel Lourenço Pereira. Como acho que ninguém percebeu muito bem o assunto vou explicar esses "ataques". Primeiro que nada, voltem a ler este post, o que começou essa polémica, e prestem atenção ao desclaimer: «Este texto não é aconselhado a quem se levar muito a sério». Se ainda não o perceberem paciência, que eu também não estou para explicar a razão de uma polémica antes de a defender.

O que me move contra o Miguel (e dizer que algo me move ocntra ele é apenas e só uma força de expressão, nada tenho contra ele e espero que seja muito feliz e bem sucedido) é o tal profissionalismo de que fala o Tiago. Um blogue não é feito para se ser profissional, é feito precisamente para o contrário, para que uma pessoa possa exprimir-se sem as amarras do profissionalismo. O caso mais flagrante é o de jornalistas que utilizam os seus blogues para fazer comentários que não seriam autorizados nos seus empregos.

O Miguel dá a sensação de seguir pelo caminho oposto. O seu blogue é altamente profissional, isso é verdade, mas por isso mesmo é menos genuíno que a maioria dos outros. O Miguel dá a sensação de estar a procurar um lugar ao sol entre a crítica especializada portuguesa o que, sendo válido, muda completamente o teor e o espírito de um blogue sobre cinema. Não lhe vejo quase expressões de indignação e, as que vejo, são calculadas para não incomodarem muito, para serem inócuas (Nota: quando digo inócuas quero dizer que não fazem mal a ninguém, ou seja, são esquecidas facilmente). Os elogios também lhe saem fáceis e sem conhecimento algum sobre a matéria em causa - lembro-me de um elogio ao desempenho do Alan Alda no The Aviator baseado, imagine-se, nas imagens do trailer). Fosse o Miguel um dos membros da academia de Hollywood e o seu voto recaíria no filme que lhe desse o filme embrulhado no papel mais vistoso.

O sentimento de auto-importância existiu nos e-mails sobre o ABCine. Eu compreendo que ele tenha orgulho em fundar algo como esse fórum (já expliquei as razões de aquilo não ser academia a não ser no nome), mas são típicas de um entusiasmo demasiadamente juvenil. Também eu participei a organização de eventos, nomeadamente de um festival de cinema, e tenho orgulho nisso, mas coloco-o em perspectiva e tenho noção que haverá sempre quem não lhe dê a mínima importância. Falta essa mesma perspectiva e distanciamento ao Miguel. Estou certo que um dia virá.

Outro ponto que me aborrece no Miguel foi uma comentário que ele fez a um dos meus posts: «esse estilo de vida inconsequente, brejeiro, iminentemente estudantil é só para quem pode (e que nao devia). Quem tem mais do que fazer assobia e deixa a caravana passar». Ele não deixaria de ter razão aqui há 4 anos, mas neste momento acho um pouco exagerado que alguém que coloca posts com a frequência que ele faz, que os prepara como o faz e pesquisa (se bem que às vezes com pouco rigor) com a intensidade com que o faz, só pode ser de alguém que tem muito tempo nas mãos, pelo que talvez pudesse ter mais cuidado com os seus próprios telhados neste aspecto. Isto além de nunca se ter dignado a responder aos meus e-mails pessoais, os quais não eram (nem seriam nunca sem a autorização dele) públicos e que pediriam um pouco mais de consideração, nem que fosse um seco "Não tenho interesse em discutir contigo. Vai badamerda, os meus melhores cumprimentos, MLP". Este comentário não seria ofensivo porque a linguagem mais rasteira foi iniciada por mim, mesmo que num tom irónico. Aliás, só lhe reconheceria nível numa resposta destas.

Por último, e nada relevante para o caso, a fotografia que ele mostra no blogue aborrece-me enormemente. Faz-me lembrar uma pessoa que eu conheci durante o curso, também com a mania que era um cinéfilo inigualável e que estava acima de qualquer outra pessoa. Também um intelectualóide que não percebia as virtudes de uma franca conversa de café. Não digo que, para o Miguel, eu não tenha também cara de cú, mas por isso mesmo não a coloco aqui...

Conclusão: o Hollywood é profissional, cuidado, activo, politicamente correcto e cheio de entusiasmo. É pena não ser um pouco mais artesanal, às vezes desleixado, um pouco mais incorrecto nas suas opiniões e pouco entusiasmante. Numa palavra já atrás usada, mais genuíno. Sei que há muito leitor do Hollywood que não concorda, mas também há muita gente que coloca o American Pie nas listas dos filmes mais vistos de Portugal.