Diálogos com o Fernando
Antes de mais nada tenho que reconhecer que não tinha lido o teu comentário na totalidade. Quando falaste de criadores nos cinemas de massas não reparei na palavra chave "massas".
Neste aspecto tens razão, há actualmente muito poucos realizadores de cinema de massas em Hollywood (ou noutro sítio qualquer). Os exemplos que deste serão bons, talvez com a excepção do George Lucas, que a única coisa que tem criado nos últimos anos é uma máquina de efeitos especiais com as prequelas da Guerra das Estrelas (abaixo de cão e cada uma pior que a outra, pelo menos até ao momento). Na tua lista talvez te tenha faltado o James Cameron, um artesão com talento para filmes, pelo menos, interessantes. Poderíamos juntar até o Riddley Scott, de vez em quando até faz umas coisinhas mais ou menos interessantes.
Seja como for, penso que futuro do cinema americano está cada vez mais nos filmes certinhos. As comédias para adolescentes e jovens adultos cada vez mais idiotas (que saudades do Animal House, tentem encontrá-lo em DVD ou no canal Hollywood); os filmes de acção tão activos, explosivos e pouco sangrentos quanto possível (não vejo mais nenhum actor a submeter-se ao arraial de pancada a que o Bruce Willis se submeteu no Die Hard); as comédiazinhas românticas inócuas e um ou outro épico, na tradição peplum se possível, para dar a ideia de grandiosidade.
No meio disto tudo até nem me aborrece que se façam umas adaptações da banda desenhada ao cinema. As da Marvel são interessantes porque as personagens vivem sempre com problemas e conflitos internos muito marcantes. Talvez por isso sempre tenha preferido essa editora à DC Comics, que publica o Super-Homem e o Batman. Claro que o problema passará depois pelas adaptações. O Demolidor foi um caso óbvio de asneirada em toda a linha. Uma personagem que tinha um espaço enorme para desenvolver foi reduzido a uma caricatura. Fazer 6 filmes do Homem-Aranha também não promete. Quanto mais não seja porque o Tobey Maguire se arrisca a terminar a série com 40 anos de idade (não parecendo, ele está praticamente nos 30).
Há, sem dúvida, um déficit de criatividade em Hollywood. Não que seja da parte dos argumentistas ou dos realizadores, mas sem dúvida que da parte dos produtores. Não há gosto pelo risco (que saudades do Jack Warner e do Irving Thalberg) nem vontade de inovar. No final o cinema para massas vai desaparecendo.
Fiquemo-nos portanto com o Paul Thomas Anderson e a Sofia Coppolla, aproveitemos o Clint Eastwood enquanto ele nos brindar com a sua presença e a sua mestria, vamos saboreando a ironia dos irmãos Coen (apesar de uma certa crise criativa) que são os únicos que ainda conseguem fazer filmes para massas com cheiro de independentes (ou o contrário, o que vai dar ao mesmo). Deixemos as superproduções, pode ser que um dia elas voltem.
Neste aspecto tens razão, há actualmente muito poucos realizadores de cinema de massas em Hollywood (ou noutro sítio qualquer). Os exemplos que deste serão bons, talvez com a excepção do George Lucas, que a única coisa que tem criado nos últimos anos é uma máquina de efeitos especiais com as prequelas da Guerra das Estrelas (abaixo de cão e cada uma pior que a outra, pelo menos até ao momento). Na tua lista talvez te tenha faltado o James Cameron, um artesão com talento para filmes, pelo menos, interessantes. Poderíamos juntar até o Riddley Scott, de vez em quando até faz umas coisinhas mais ou menos interessantes.
Seja como for, penso que futuro do cinema americano está cada vez mais nos filmes certinhos. As comédias para adolescentes e jovens adultos cada vez mais idiotas (que saudades do Animal House, tentem encontrá-lo em DVD ou no canal Hollywood); os filmes de acção tão activos, explosivos e pouco sangrentos quanto possível (não vejo mais nenhum actor a submeter-se ao arraial de pancada a que o Bruce Willis se submeteu no Die Hard); as comédiazinhas românticas inócuas e um ou outro épico, na tradição peplum se possível, para dar a ideia de grandiosidade.
No meio disto tudo até nem me aborrece que se façam umas adaptações da banda desenhada ao cinema. As da Marvel são interessantes porque as personagens vivem sempre com problemas e conflitos internos muito marcantes. Talvez por isso sempre tenha preferido essa editora à DC Comics, que publica o Super-Homem e o Batman. Claro que o problema passará depois pelas adaptações. O Demolidor foi um caso óbvio de asneirada em toda a linha. Uma personagem que tinha um espaço enorme para desenvolver foi reduzido a uma caricatura. Fazer 6 filmes do Homem-Aranha também não promete. Quanto mais não seja porque o Tobey Maguire se arrisca a terminar a série com 40 anos de idade (não parecendo, ele está praticamente nos 30).
Há, sem dúvida, um déficit de criatividade em Hollywood. Não que seja da parte dos argumentistas ou dos realizadores, mas sem dúvida que da parte dos produtores. Não há gosto pelo risco (que saudades do Jack Warner e do Irving Thalberg) nem vontade de inovar. No final o cinema para massas vai desaparecendo.
Fiquemo-nos portanto com o Paul Thomas Anderson e a Sofia Coppolla, aproveitemos o Clint Eastwood enquanto ele nos brindar com a sua presença e a sua mestria, vamos saboreando a ironia dos irmãos Coen (apesar de uma certa crise criativa) que são os únicos que ainda conseguem fazer filmes para massas com cheiro de independentes (ou o contrário, o que vai dar ao mesmo). Deixemos as superproduções, pode ser que um dia elas voltem.
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