Ainda sobre "Embriagado de Amor"
Talvez me repita, mas não consigo evitar. Os oito minutos que leva a sequência "He Needs Me" (ao som da música que Shelley Duvall cantou no "Popeye" de Altman) são talvez a coisa mais cristalina, equilibrada e serena que já vi em filme. O momento em que Barry Egan (Adam Sandler) telefona à irmã a partir de uma cabina telefónica no Havai e pela primeira vez se impõe à família, então, é um núcleo fundamental de força, conseguida com nada mais do que o diálogo e a força do actor. Penso sempre nisto quando vejo o filme: Paul Thomas Anderson fez aqui com Adam Sandler o que Jean-Luc Godard fez com Brigitte Bardot em "Le Mépris" - reflectiu sobre a "persona" que o actor tinha vindo a representar e mostrou-a na sua radicalidade. No final, Barry e Lena beijam-se e todo o mundo passa por eles. A história de amor é mostrada na sua essência e o cartaz do filme fica feito. Simplesmente belo.
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