Sistemas de classificações
Os de filmes naturalmente, já que este é um blogue que fala de cinema. Há muitos sistemas: as estrelas - com a ajuda de uma preciosa bola preta para os filmes realmente maus - os pontos, balões já vi uma vez num diário regional, comprimento de fita também num blogue de língua inglesa. Há até quem use um sistema de classificação baseado nos hamburgueres do McDonalds.
Compreendo a necessidade destes sistemas num jornal, há leitores que não querem uma crítica completa, apenas uma ideia da qualidade de um filme. O mesmo não se aplica, na minha opinião, a blogues. Estamos a falar de pessoas que digitaram o endereço específico porque queriam ler o que o(s) autor(es) do blogue tinham a dizer sobre um filme, não porque tivessem interesse apenas numa classificação. A crítica pura desenvolve o interesse e tenta racionalizar o cinema. A classificação reduz o mesmo à expressão de um gosto, tanto pior avaliado quanto menos tempo tiver decorrido entre a visualização do filme e a escrita da (mini-)crítica.
Pessoalmente não gosto das classificação. Quando o programa de rádio que serviu de inspiração a este blogue existia, as minhas críticas semanais a um filme não eram feitas por via de classificações. Antes comentava o filme de acordo com o que tinha interpretado do mesmo. Claro que havia (e há) sempre um elemento de subjectividade, isso é impossível de eliminar, mas tentava, antes de mais, analisar o filme sob um prisma mais complexo que a simples classificação da qualidade.
Porque razão vem isto a propósito? Simplesmente devido à classificação que o Pedro e o Fernando deram ao Terminal de Aeroporto no Pipoca Rasca!. O primeiro classificou-o com 9 em 10 e o segundo com 5 em 5. Não coloco em causa a qualidade do filme, o qual não vi e que merecerá certamente uma reflexão minha por este espaço. Pergunto apenas a razão para tal classificação. Será que o Fernando acha o filme uma obra-prima tão absoluta que pode ser emparelhada com filmes como Citizen Kane, O Leopardo ou O Couraçado Potemkine, só para referir três de géneros completamente diferentes? Será que o Pedro considera Terminal de Aeroporto o melhor filme de Spielberg, acima d'A Lista de Schindler, de ET ou de Tubarão? Ou será que algum destes filmes (ou outro) de Spielberg merece uma classificação melhor e, como tal, ser elevado ao tal panteão que apontei atrás?
Volto a sublinhar que não pretendo criticar especificamente nem o Pedro nem o Fernando, que têm um dos blogues mais activos e interessantes da cinefilia lusa. A sua referência surge apenas por os ler mais frequentemente que a outros blogues de cinema e ao facto de estas classificações terem sido apenas o "gatilho" para este post.
Penso que o que se deveria frisar sempre é a questão da "falta de qualidade" de qualquer classificação quantitativa de um filme. Qualquer classificação, seja de que filme for e seja por quem for. É que a memória cinematográfica é curta e o comodismo é fácil.
Compreendo a necessidade destes sistemas num jornal, há leitores que não querem uma crítica completa, apenas uma ideia da qualidade de um filme. O mesmo não se aplica, na minha opinião, a blogues. Estamos a falar de pessoas que digitaram o endereço específico porque queriam ler o que o(s) autor(es) do blogue tinham a dizer sobre um filme, não porque tivessem interesse apenas numa classificação. A crítica pura desenvolve o interesse e tenta racionalizar o cinema. A classificação reduz o mesmo à expressão de um gosto, tanto pior avaliado quanto menos tempo tiver decorrido entre a visualização do filme e a escrita da (mini-)crítica.
Pessoalmente não gosto das classificação. Quando o programa de rádio que serviu de inspiração a este blogue existia, as minhas críticas semanais a um filme não eram feitas por via de classificações. Antes comentava o filme de acordo com o que tinha interpretado do mesmo. Claro que havia (e há) sempre um elemento de subjectividade, isso é impossível de eliminar, mas tentava, antes de mais, analisar o filme sob um prisma mais complexo que a simples classificação da qualidade.
Porque razão vem isto a propósito? Simplesmente devido à classificação que o Pedro e o Fernando deram ao Terminal de Aeroporto no Pipoca Rasca!. O primeiro classificou-o com 9 em 10 e o segundo com 5 em 5. Não coloco em causa a qualidade do filme, o qual não vi e que merecerá certamente uma reflexão minha por este espaço. Pergunto apenas a razão para tal classificação. Será que o Fernando acha o filme uma obra-prima tão absoluta que pode ser emparelhada com filmes como Citizen Kane, O Leopardo ou O Couraçado Potemkine, só para referir três de géneros completamente diferentes? Será que o Pedro considera Terminal de Aeroporto o melhor filme de Spielberg, acima d'A Lista de Schindler, de ET ou de Tubarão? Ou será que algum destes filmes (ou outro) de Spielberg merece uma classificação melhor e, como tal, ser elevado ao tal panteão que apontei atrás?
Volto a sublinhar que não pretendo criticar especificamente nem o Pedro nem o Fernando, que têm um dos blogues mais activos e interessantes da cinefilia lusa. A sua referência surge apenas por os ler mais frequentemente que a outros blogues de cinema e ao facto de estas classificações terem sido apenas o "gatilho" para este post.
Penso que o que se deveria frisar sempre é a questão da "falta de qualidade" de qualquer classificação quantitativa de um filme. Qualquer classificação, seja de que filme for e seja por quem for. É que a memória cinematográfica é curta e o comodismo é fácil.
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