Incríveis em quê?
Sejamos frontais: O novo film da Pixar, The Incredibles, é muito bonitinho, mostra mais uns truques da empresa e as potencialidades dos desenhos animados em computador, mas pouco mais. A história é banal e previsível, as personagens decalcadas de outros mundos e apenas a figura da estilista merece o preço do bilhete. Aliás, é mesmo a Edna Mode que salva o filme, porque de resto mais vale pegar na minha velha colecção de banda desenhada da Marvel.
Comecemos: família de suer-heróis? Não é decalcada do Quarteto Fantástico da Marvel nem nada. Tem uma personagem que se estica, uma que tem super-força, uma que fica invisível e projecta campos de força e um que é muito rápido. Aliás, este último é o único que escapa ao que já existia no Quarteto Fantástico (Fantastic Four no original, curiosamente um filme para ser estreado algures no futuro). Até a personagem do mau é decalcada das mesmas aventuras. O Dr. Destino (ou Dr. Doom) também era um amigo (no filme trata-se de um fã) do líder da equipe e que, na ausência de poderes, compensava com uma grande inteligência para criar inventos poderosos para combater os heróis. Passava portanto de fã a némesis, exactamente como o Dr. Doom perante o Sr. Fantástico - curiosamente, que coincidência, o herói principal do filme chama-se Sr. Incrível.
Quanto aos outros? Bom, temos um miúdo com supervelocidade, poder já explorado nos livros da Marvel. O mesmo se passa com o tal Frozone capaz de congelar o ar em volta e que parece estar ali para garantir a percentagem mínima de heróis negros. A histeria contra os heróis parece decalcada das aventuras do Homem-Aranha ou do ódio contra os mutantes mostrado nas histórias dos X-Men. Aliás, os estragos provocados pelos heróis até já tinham sido gozados pelos episódios de Lethal Weapon.
O filme é, portanto, uma colecção de clichés sobre os super-heróis e nada acrescenta a esse imaginário. É certo que é divertido em alguns momentos, mas noutros é aborrecido de morte. Até o paleio moralista da mãe sobre a filha vir a ser capaz de usar os seus poderes quando for mesmo necessário é banal. Já foi visto em montanhas de filmes americanos sobre adolescentes perturbados. A rábula sobre as capas é repetida de tal modo que no final já se sabe que a mesma vai ser a causa da perdição do Syndrome. O mesmo acontece com o bebé. Diz-se tantas vezes que não tem poderes que se torna óbvio que vai surgir um momento em que os mostrará de forma imparável.
Conclusão: querem divertir-se um pouco com um filme com uns momentos interessantes e uma (única) personagem fica para a história? Paguem lá o dinheiro do bilhete. Mas não me venham dizer que isto é uma obra-prima. Filmes como Finding Nemo, Toy Story ou A Bug's Life foram bastante mais interessante. Se é por este que a Pixar espera ganhar o futuro longe da Disney, o melhor é pensar novamente.
PS - as short stories animadas mostradas antes do filme, uma com carros e outra com uma ovelha dançarina e saltadora, superaram o filme em si mesmo. Bastou um pouco de "artesanato artistíco" e uma ideia engraçada para uma história.
Comecemos: família de suer-heróis? Não é decalcada do Quarteto Fantástico da Marvel nem nada. Tem uma personagem que se estica, uma que tem super-força, uma que fica invisível e projecta campos de força e um que é muito rápido. Aliás, este último é o único que escapa ao que já existia no Quarteto Fantástico (Fantastic Four no original, curiosamente um filme para ser estreado algures no futuro). Até a personagem do mau é decalcada das mesmas aventuras. O Dr. Destino (ou Dr. Doom) também era um amigo (no filme trata-se de um fã) do líder da equipe e que, na ausência de poderes, compensava com uma grande inteligência para criar inventos poderosos para combater os heróis. Passava portanto de fã a némesis, exactamente como o Dr. Doom perante o Sr. Fantástico - curiosamente, que coincidência, o herói principal do filme chama-se Sr. Incrível.
Quanto aos outros? Bom, temos um miúdo com supervelocidade, poder já explorado nos livros da Marvel. O mesmo se passa com o tal Frozone capaz de congelar o ar em volta e que parece estar ali para garantir a percentagem mínima de heróis negros. A histeria contra os heróis parece decalcada das aventuras do Homem-Aranha ou do ódio contra os mutantes mostrado nas histórias dos X-Men. Aliás, os estragos provocados pelos heróis até já tinham sido gozados pelos episódios de Lethal Weapon.
O filme é, portanto, uma colecção de clichés sobre os super-heróis e nada acrescenta a esse imaginário. É certo que é divertido em alguns momentos, mas noutros é aborrecido de morte. Até o paleio moralista da mãe sobre a filha vir a ser capaz de usar os seus poderes quando for mesmo necessário é banal. Já foi visto em montanhas de filmes americanos sobre adolescentes perturbados. A rábula sobre as capas é repetida de tal modo que no final já se sabe que a mesma vai ser a causa da perdição do Syndrome. O mesmo acontece com o bebé. Diz-se tantas vezes que não tem poderes que se torna óbvio que vai surgir um momento em que os mostrará de forma imparável.
Conclusão: querem divertir-se um pouco com um filme com uns momentos interessantes e uma (única) personagem fica para a história? Paguem lá o dinheiro do bilhete. Mas não me venham dizer que isto é uma obra-prima. Filmes como Finding Nemo, Toy Story ou A Bug's Life foram bastante mais interessante. Se é por este que a Pixar espera ganhar o futuro longe da Disney, o melhor é pensar novamente.
PS - as short stories animadas mostradas antes do filme, uma com carros e outra com uma ovelha dançarina e saltadora, superaram o filme em si mesmo. Bastou um pouco de "artesanato artistíco" e uma ideia engraçada para uma história.
<< Home