A despedida real
Há uns tempos avisei que deixaria de escrever neste blogue. A razão que o sustentava tinha-se dissipado. O blogue tinha surgido para ser uma espécie de continuação do programa de rádio que um dia fizemos na Rádio Universidade de Coimbra, mas após um início muito interessante começou a falhar.
A culpa será talvez mesmo nossa, que não fomos capazes de o manter como gostávamos. Sei que, pelo menos de forma pessoal, será minha. Um blogue só faz sentido quando é lido, não é um prazer absolutamente pessoal. Quando coloco um texto online quero que as pessoas o leiam, que raciocinem sobre ele, independentemente de gostarem ou não. Isso não se passa com a maioria dos textos do Série B que aqui coloco. A maioria dos leitores de blogues querem ler textos rápidos, com um raciocínio superficial e, de preferência, que recaiam sobre filmes comerciais e que contenham o máximo de elogios aos mesmo filmes. Estes leitores prefere também blogues com aparência visual mais cuidada, coisa que os autores do Série B, por falta de tempo, não puderam acautelar.
Hoje, quando leio blogues como o Hollywood, feitos à imagem da revista Première e ao arrepio dos Cahiers, compreendo que escrever sobre cinema num formato como o do Série B é um exercício fútil Quando leio que o Hollywood teve uma centena de pessoas a ler a emissão em directo que o Miguel Lourenço Pereira fez, compreendo que a acefalia cinematográfica atingiu extremos. Não imagino porque razão alguém preferiria ler os comentários aos óscares quando os pode ver. E não compreendo como alguém se dá ao trabalho de ler os comentários aos óscares quando não pode.
Este é um episódio simples e que representa o leitor típico dos blogues de cinema. Eu não quero escrever para este leitor, mas também não tenho mais energia para dedicar aos muitos poucos que ainda nos vão lendo. Por isso, e a partir (talvez de hoje), deixarei de escrever no Série B. Quero apenas deixar uma crónica sobre o Million Dollar Baby, que tentarei ver esta noite e outra reflexão, um pouco diferente e mais cáustica, em jeito de despedida, sobre um cineblogue português. Até jé então, antes do até sempre.
João e Jorge, entrego-vos as chaves. Continuarei a escrever, também sobre cinema, no À Deriva. Quem queira pode sempre passar por lá.
A culpa será talvez mesmo nossa, que não fomos capazes de o manter como gostávamos. Sei que, pelo menos de forma pessoal, será minha. Um blogue só faz sentido quando é lido, não é um prazer absolutamente pessoal. Quando coloco um texto online quero que as pessoas o leiam, que raciocinem sobre ele, independentemente de gostarem ou não. Isso não se passa com a maioria dos textos do Série B que aqui coloco. A maioria dos leitores de blogues querem ler textos rápidos, com um raciocínio superficial e, de preferência, que recaiam sobre filmes comerciais e que contenham o máximo de elogios aos mesmo filmes. Estes leitores prefere também blogues com aparência visual mais cuidada, coisa que os autores do Série B, por falta de tempo, não puderam acautelar.
Hoje, quando leio blogues como o Hollywood, feitos à imagem da revista Première e ao arrepio dos Cahiers, compreendo que escrever sobre cinema num formato como o do Série B é um exercício fútil Quando leio que o Hollywood teve uma centena de pessoas a ler a emissão em directo que o Miguel Lourenço Pereira fez, compreendo que a acefalia cinematográfica atingiu extremos. Não imagino porque razão alguém preferiria ler os comentários aos óscares quando os pode ver. E não compreendo como alguém se dá ao trabalho de ler os comentários aos óscares quando não pode.
Este é um episódio simples e que representa o leitor típico dos blogues de cinema. Eu não quero escrever para este leitor, mas também não tenho mais energia para dedicar aos muitos poucos que ainda nos vão lendo. Por isso, e a partir (talvez de hoje), deixarei de escrever no Série B. Quero apenas deixar uma crónica sobre o Million Dollar Baby, que tentarei ver esta noite e outra reflexão, um pouco diferente e mais cáustica, em jeito de despedida, sobre um cineblogue português. Até jé então, antes do até sempre.
João e Jorge, entrego-vos as chaves. Continuarei a escrever, também sobre cinema, no À Deriva. Quem queira pode sempre passar por lá.
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