quinta-feira, janeiro 27, 2005

Clive Owen

Sim, os Óscares estão esgotados, renderam-se sem glória ao formato televisivo, perderam todo o atrevimento, glamour e mesmo uma certa boémia, que era tudo aquilo que tinham de bom. Mas desde Sábado, dia em que fui ver "Closer", esse regresso de um Mike Nichols bom (mais preocupado com as suas obsessões com casais e as suas relações do que com a bilheteira), que não consigo deixar de dizê-lo: Clive Owen devia receber o Óscar para melhor actor secundário directamente, sem ter de passar por nomeações. Mais: se houver justiça no mundo, a Academia deve enviar-lhe a estatueta para casa em Londres, evitando-lhe o estorvo de ter de ir até Los Angeles. Mas eu sei que não há justiça no mundo. Por isso, apenas posso esperar que, no dia da cerimónia, o nome do inglês seja dito, alto e bom som, depois de um "and the Oscar goes to", e que, enquanto ele se aproximar do palco com o seu smoking Armani, a audiência se levante e aplauda, oiça as suas palavras de agradecimento como lições e, depois, se esqueça de tudo o resto e o levem em ombros para o Olimpo. Isto porque Clive Owen é, em "Closer", um actor que nunca antes existiu, representando um papel que nunca antes houve. Por isso, este ano, torço só numa modalidade, por uma só pessoa.

quarta-feira, janeiro 26, 2005

A frase mais famosa do cinema jamais dita num filme

"Play it again Sam!", por Rick/Bogart em Casablanca.

terça-feira, janeiro 25, 2005

Mão à palmatória

Depois de ter deixado aqui um comentário pouco elogioso sobre o Leonardo di Caprio, tenho que reconhecer que ele, em The Aviator, está muito, mas mesmo muito bem. Não consegue roçar o sublime devido a uns quantos momentos menos conseguidos mas, pela primeira vez desde o The Basketball Diaries, que não se lhe via um desempenho tão cheio de força e tão marcante como este na pele do excêntrico multi-milionário Howard Hughes.

O filme fala de uma única pessoa: Howard Hughes. Os outros são apenas personagens de passagem, como Katherine Hepburn, Ava Gardner, Jean Harlow ou mesmo os seus amigos Noah Dietrich e Glenn Odekirk. Desiluda-se quem espera um retrato de época, a mesma é evocada apenas enquanto sendo aquela durante a qual Hughes viveu. As festas loucas de Hollywood aparecem, mas só de passagem (e dão oportunidade a Jude Law para fazer de Errol Flynn em cerca de 5 minutos de filme) e enquanto Hughes passa por elas muito de raspão. A II Guerra Mundial é personagem enquanto serve o interesse de Hughes de construir novos aviões. A Grande Depressão não é comentada e apenas o Crash da Bolsa de Nova Iorque surge numa referência de um repórter enquanto comenta a première de Hell's Angels, o primeiro filme de Hughes.

Todas as personagens e situações são, portanto, caricaturas. Apenas Hughes surge sob os holofotes. A única personagem que lhe rouba a atenção é mesmo Katherine Hepburn (num desempenho seguro mas sem brilho de Cate Blanchett, longe da sofisticação da actriz) mas mesmo essa vê-se obscurecida, especialmente num momento marcante do filme em que, na passadeira vermelha de um acontecimento social, Hepburn tenta fazer-se às câmaras enquanto toda a atenção dos repórteres recai sobre Hughes. A explicação surge mais tarde quando, na discussão que representa o fim da relação entre ambos, Hughes lhe atira: "Tu és apenas uma estrela de cinema, nada mais!".

Hughes, esse, era muito mais. Era aviador, piloto, empresário de cinema, realizador, playboy, germofóbico, obcecado, etc. Como Hepburn coloca o assunto: "Há demasiado Howard Hughes em Howard Hughes". Na maioria destas facetas, di Caprio consegue deslumbrar. Na paixão pelo cinema e pela aviação. Na obsessão pelos seus projectos pessoais. Na força que transmite em todos os detalhes que compunham a personagem de Hughes. Só falha, na minha opinião, nas fragilidades do mesmo: na fobia a germes que o faz trancar-se, nú, numa sala de projecção, a coleccionar urina em garrafas de leite; na dependência de mulheres - a mãe, Hepburn, Gardner, etc - típica de Hughes e explorada por Scorsese; na incapacidade de aceitar fracassos e que o levavam a fúrias. Talvez di Caprio ainda seja "bonito demais" para tais momentos. É difícil imaginar aquele homem (ainda que a cara seja apenas de rapazinho) a passar momentos difíceis e isso transmite descrença ao espectador.

Quanto ao resto, nota-se a maturidade crescente do actor. A sequência, perto do final, em que enfrenta o inquérito público movido pelo seu inimigo, o Senador Brewster - excelente Alan Alda - demonstra uma força incrível, e é absolutamente credível e exemplar do carácter de Hughes. Di Caprio também consegue ser credível com o envelhecimento de Hughes - infelizmente algo mal caracterizado e consequente maturidade. A falha vem no momento da queda de Hughes, nas fases em que a sua fobia vinha ao de cima. Di Caprio representa alguém enojado pelo contacto humano mas sem grandes demonstrações de pânico, sendo, possivelmente, uma falha que o actor não consegue combater.

Quanto a Scorsese- que eu, pessoalmente, julguei incapaz de voltar a níveis sequer aproximados dos de Casino - volta a demonstrar que é um grande realizador. Depois de deixar que o seu épico anterior, Gangs of New York, lhe fugisse das mãos, demonstr absoluto controle sobre este filme, garantindo uma continuidade fácil de acompanhar ao mesmo tempoq ue conta a sua história sem se desviar por intrigas paralelas. O filme tem, portanto, um conteúdo programático que é simplesmente a vida de Hughes. Scorsese não se desvia disso e consegue contruir a sua teia de tal forma que, no fim, ficamos a murmurar, juntamente com Hughes, "The way of the future... the way of the future... the way of the future..."

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Cúmulo da estupidez

Não reconhecer que Jim Carrey é o maior actor americano da actualidade (na realidade é canadiano, mas isso passa). Qualquer personagem que ele desempenhe em filmes decentes (excluam-se os Ace Ventura) merece uma nomeação para os Óscares apenas por inerência.

Este ano não é excepção. Em vez de estarem para aí a fazer previsões sobre o melhor actor do ano que passou, ofereçam o prémio de melhor actor principal ao Carry pelo Eternal Sunshine of the Spotless Mind e o de melhor actor secundário pelo Lemony Snicket's a Series of Unfortunate Events. Ou ao contrário, não faz diferença. É mesmo para mostrar que ele é mais actor que os outros. Ou então arranjem mais uns quantos porque o Javier Bardem também é capaz de o merecer.

Quanto aos outros? Esqueçam e mandem o Leonardo di Caprio para o salão de beleza. É aí que ele se porta bem.

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Prémios

Lamento, sei que é chato, mas lá vou voltar ao assunto da ABCine. Desta vez não é embirrância com eles especificamente, por isso espero que o Miguel Lourenço Pereira não se abespinhe outra vez (as se ele se quiser indignar esteja à vontade, isso já é engraçado e lógico).

A embirrância vai desta vez para com os prémios que eles decidiram "atribuir", os prémios Lumière. Bom, está bem, mete outra vez a embirrância, mas prontos, não consigo evitar. Começa pelo nome dos prémios: Lumière. Se a ideia vem de um grupo de blogues em língua portuguesa, porquê dar-lhe o nome de um realizador francês. Confesso, soa bem, mas acho que é algo desajustado. se vem de portugueses, na sua maioria, porque não dar-lhes um nome do género os "Aniki-Bobó", os prémios "Oliveira" ou então, por outro realizador, os "Belarmino" ou os "Lopes"? Querem experimental? Pode ser, chamem-lhes os "Monteiro", os "Bassins" ou algo do género. Outra hipóteses podiam ser atiradas, mas achgo que já se percebeu.

A segunda imbirrância vem do tipo de prémio. Está claro que ninguém se dará ao trabalho de fazer uma cerimónia de entrega de prémios. E se a fizessem certamente que nenhum ou quase nenhum premiado apareceria, a não ser que o Dermott conseguisse algum milagre entre os portugueses. Sejamos sinceros, chamar a isto "prémios" é apenas mais um exemplo de importância auto-insuflada. Ainda se fosse uma votação simples, nas calmas. Ou se fosse uma brincadeira levada com espírito lúdico, como os blóscares, ainda vá, mas assim acho que é mais um exemplo de megalomania.

Claro que, depois disto, não serve de nada estar a criticar as escolhas para os nomeados. É a que seria de esperar para uma situação destas. Previsível, repetitiva e desinteressante, mas também consensual e capaz de agradar a toda a gente. Quem a quiser ler pode fazê-lo aqui, por exemplo - o ABCine parece não ter nenhuma referência à mesma no seu site.

Boa sorte aos nomeados e encontramo-nos depois, dia 30, na Red Carpet da sociedade recreativa de Pias. Eu sou aquele que vai de braço dado com a Uma (ao contrário dos rumores, nada tenho a ver com a separação) e a quem a Scarlett Johansson não deixa em paz - está quieta, já disse que te telefono depois...

PS - se me lembrar tentarei oferecer uns Besson's, o prémio para os piores do ano...

quarta-feira, janeiro 12, 2005

No reino da imaginação

Sejamos sucintos: Finding Neverland é um filme giro. Bonito, com bons actores, com boas interpretações e alguns momentos que são realmente mágicos, mas não passa disso. A história, já toda a gente o deve saber, passa por J.M. Barrie, o autor de Peter Pan, conhecer uma família, especialmente as crianças dessa família e, no decorrer do verão, inspirado pelos momentos passados com essas mesmas crianças, ter escrito a sua peça mais famosa.

O filme tem momentos bem achados, como a "transformação" dos personagens do filme nas personagens das histórias saídas das brincadeiras. A transfiguração de Barrie e das crianças em indíos, cowboys, piratas, etc, é bem achada. O problema está no facto de cansar, mas aí entra alguma inteligência de Marc Forster ao não exagerar na ideia. Só que o filme poucas mais ideias tem. Há o conflito entre a mãe das crianças e a sua própria mãe. Há o afastamento progressivo de Barrie em relação à sua esposa. Há o comic relief, fracamente conseguido, com a personagem do dono do teatro, personagem desempenhada por Dustin Hoffman - que ou era americano ou então o actor não conseguiu simular o sotaque britânico. O filme carece de ideias para lá da original e Forster não consegue encontrar muitas soluções narrativas.

O que faz então? Cai sobre o desempenho dos actores. Depp está em estado de graça, portanto vamos a ver o que pode fazer - além disso o papel é mesmo à sua medida. Winslet é uma actriz adulta, já mãe na vida real, que pode transmitir a ideia de protecção da família que caracteriza a sua personagem. Julie Christie é segura: típica actriz britânica, sempre capaz de desempenhar qualquer papel em filmes "de época". E depois temos o seguro elenco de actores infantis, especialmente o da personagem de Peter, o pequeno Freddie Highmore. A dificuldade na condução de actores está na relação entre eles, algo artificial e com pouca química. Depp não liga com Winslet. Os pequenos não ligam com Winslet ou Christie. Depp não liga com alguns dos pequenos, especialmente o próprio Freddie Highmore. As suas interpretações individuais são perfeitas, mas não funcionam como um todo.

O que resulta no final então? Um filme bonito, com umas ideias engraçadas e alguns momentos mágicos. Mas nada que justifique hype. E se Depp for nomeado para alguma coisa por causa deste papel, então bem pode agradecê-lo ao Piratas das Caraíbas. Por muito criança que Depp possa ser com Barrie, nunca será tão selvagem como com o (Capitão) Jack Sparrow. É uma questão de personalidade. E a de Finding Neverland não chega.

domingo, janeiro 02, 2005

Vamos curtir para a Europa?

Foi a pergunta que Steven Soderbergh terá feito a Brad Pitt, George Clooney, Julia Roberts, Matt Damon... bem, vocês sabem quem mais. A ideia parece ter sido mesmo divertirem-se juntos. A parte de fazer um filme foi apenas o pretexto. O filme torna-se desconexo por isso mesmo mas não faz mal. Afinal de contas é o que menos interessa e assim sempre temos o melhor não-filme dos últimos anos: Ocean's Twelve.

A premissa é simples: depois do golpe de Las Vegas, o implacável Terry Benedict encontra o bando de Danny Ocean (que aqui se chama Miguel Diaz) e exige a restituição do dinheiro roubado acrescido de juros. Dado o sucesso que o grupo tem, já não lhes resta mais nenhum sítio para trabalharem nos EUA. Resultado? Vamos para a Europa. Tudo isto é conhecido para quem viu o trailer e não estrago nada a ninguém. Como o filme ainda não estreou em Portugal, segue apenas um conjunto de comentários desconexos, como o filme. Não que fosse possível estragar o enredo porque este não existe de todo, mas fica o cuidado.

Comecemos. Temos então o casal Clooney-Roberts que comemoram o segundo terceiro aniversário (sim, é mesmo "segundo terceiro", não é gralha). Temos Pitt a perder mais dinheiro que aquele que fez com o golpe, tudo por causa de um hotel. Temos a personagem de Julia Roberts a desempenhar um pequeno papel no golpe, tudo devido à sua semelhança com uma celebridade... Não digo qual, mas digo que Bruce Willis surge no filme a fazer de si próprio e que conhece esta celebridade (real) que Julia Roberts acaba por representar. Temos Vincent Cassel a fazer um papel que poderia ser de Arsène Lupin. Catherine Zeta-Jones a fazer de filha de um ladrão que é agente da interpol e que está (ainda) apaixonada por Brad Pitt que é um ladrão. Temos ainda a mãe da personagem de Matt Damon a surgir para salvar o filho e restante quadrilha. Temos uma competição para roubar o principal prémio do mundo patrocinada pelo maior ladrão do mundo. Temos ainda, pelo meio, a equipa de futebol do Arsenal a fazer uma aprição. Por fim temos um passeio por diversas localizações europeias (Amesterdão não é a única cidade). Temos, portanto, fun e muita....

A história torna-se então secundária. É mais interessante ver os diálogos quase nunca terminados entre Clooney e Pitt, as tentativas de Damon de ser mais proeminente, os tiques de algumas outras personagens como a de Bernie Mac, o jogo de gato e do rato de Catherine Zeta-Jones e Brad Pitt, a identificação de locais visitados, a dança de acrobacias espantosamente realizada por Cassel, o jogo de enganos que toda a gente protagoniza, a forma como o filme não faz sentido em momento nenhum a não ser no final quando Soderbergh decide ser sério por uns momentos e coloca tudo em ordem para bem do espectador, etc, etc, etc. O filme não vale pelo argumento, vale antes pelo gozo que os actores e o realizador tiveram e que fazem sentir quem vê o resultado final. Se Ocean's Eleven foi champanhe, em Ocean's Twelve abriu-se a garrafeira a toda a gente ao mesmo tempo que se distribuíam uns charrinhos para acompanhar.

Conclusão: o filme é para ser visto. Mas sem espectativas. Não é uma obra prima, não exige continuidade de raciocínio e é para ser absorvido com prazer, nada mais. Vejam e gozem. Não dá para mais, mas dificilmente poderia dar para menos.

sábado, janeiro 01, 2005

O pior do ano

Quanto a listas, na verdade não se pode dizer que eu tenha jeito para elas, at´poque nunca tomo nota dos filmes que vou vendo ao longo do ano. Mas uma coisa é certa, depois de finalmente ver o Alexandre de Oliver Stone, posso ter a certeza que foi certamente o pior filme do ano.

Certo que há filmes que são, objectivamente, piores. O que tem de se levar em consideração são as condições em que o filme é feito, os meios disponíveis e os objectivos a que se propõe. E neste aspecto Alexandre falha em quase tudo.

Os melhores momentos estão a cargo de três actores já veteranos. Anthony Hopkins (agora naturalizado americano, mas a verve britânica continua bem presente) ao longo das narrativas da memória de Ptolomeu está ao seu nível habitual: seguro e perfeito a transmitir o seu papel, mesmo que tenha pouca espessura dramática. Brian Blessed, numa quase-figuração, como instrutor de luta do jovem Alexandre. Ao nível daquilo que dele nos lembraríamos com as suas actuações em filmes mais "shakespearianos" como Henry V ou mesmo na primeira série de Blackadder. O terceiro momento de qualidade surge com Christopher Plummer e o seu Aristóteles. É um facto que se cometeu o crime de não o caracterizar de forma nenhuma especial e de faltar o momento em que Alexandre decide que já sabe tudo o que precisa e que o pode dispensar, mas a sua prelecção aos jovens macedónios carrega realmente o peso de uma aula e com a aura de sabedoria de um mestre.

A partir daí o filme é um desastre. A relação entre Alexandre e Hefaísto não tem chama. Colin Farrel parece um palhaço com a sua cabeleira loira (que nem sequer é certo que Alexandre realmente tivesse). Rosario Dawson surge apenas para mostrar os seios e falar com um sotaque que não se percebe de onde seré. Sotaque que Angelina Jolie também tem, embora este mais perceptível, sendo típico da zona dos balcãs. O que falha é que quem deveria ter tal sotaque seria Val Kilmer, que faz o papel de Macedónio. Mas tudo isso seria areia a mais para a pequenina camioneta de Stone.

A tal camioneta de Stone acaba por virar tragicamente na sequência da batalha da Indía. Num assomo new age, Stone decide que Alexandre comeu uns cogumelos que lhe deram umas alucinações que uma estrela rock não desdenharia. A imagem passa a ser cor de rosa, azul, fortemente saturada de cores e absolutamente insuportável para o espectador. Além disso, só a custo é possível suster o riso quando se vê o cavalo de Alexandre empinado em frente ao elefante que ataca. O ridículo atinge o seu momento alto neste ponto do filme. E só é pena que não mate.

Quanto ao resto, o filme é um desfilar de lugares comuns que poderiam ter ficado no baú dos desejos de Stone e que escusavam de ir gastar o dinheiro dos estúdios e que poderiam ter servido para realizar filmes mais interessantes. Um bocejo portanto, e um desperciçar de dinheiro do espectador. Fica o desejo que Oliver Stone se reforme depressa.

Últimas duas notas. A discussão em torno dos sotaques da maioria dos actores é estéril. Muitos actores são irlandeses e usam os seus sotaques naturais, não parecendo ter recebido quaisquer ordens acerca desse aspecto. Quanto à escolha de Farrel para o papel de Alexandre, parece ter sido um erro. Pessoalmente preferiria ver Jonathan Rhys-Meyers no papel, só que isso levaria a um Alexandre mais carnívoro e sombrio e, infelizmente, isso caíria mal na visão acidificada de Stone.